Algodão brasileiro tem destaque em Webinar internacional
Os convidados analisaram o mercado de algodão sob o impacto da Covid 19, e as perspectivas para 2021, tanto no nível da produção, quanto do consumo, na indústria e na ponta da cadeia de valor
Nesta quarta-feira (02), o salto de produtividade do algodão do Brasil e a parceria de sucesso do benchmark entre a Associação Brasileira dos Produtores dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Better Cotton Initiative (BCI) mereceram destaque no webinar promovido pela BCI.
O evento teve como convidados o diretor executivo do International Cotton Advisory Committee (ICAC), Kai Hughes, e o diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, com participação do CEO da BCI, Alan McClay e mediação do executivo da mesma entidade, Darren Abney.
O BCI Member Cotton Outlook foi o primeiro de uma série de três eventos online, que serão realizados pela ONG suíça, neste mês de setembro. Os convidados analisaram o mercado de algodão sob o impacto da Covid 19, e as perspectivas para 2021, tanto no nível da produção, quanto do consumo, na indústria e na ponta da cadeia de valor.
A Abrapa apresentou as medidas que vêm sendo tomadas pela associação nacional e as dez filiadas estaduais, junto aos produtores de algodão, para garantir a saúde e segurança dos envolvidos na produção da fibra e para a redução de custos operacionais nas fazendas.
Hoje, de acordo com a entidade internacional, o país é o líder global em fibra sustentável de origem, chancelada pela BCI, com participação de 36% no montante licenciado em todo o mundo em 2019.
Em sua análise sobre os números da produção, demanda, estoques e preços globais, o diretor executivo do ICAC, Kai Hughes, destacou o salto em produtividade que o Brasil alcançou nos últimos anos. “Em 2019/2020, o Brasil aumentou sua produção em 5,4%, passando para 2,9 milhões de toneladas. É a maior produção de todos os tempos no país."
Segundo o ICAC, a produção global de algodão em 2019/2020 foi de 26,2 milhões de toneladas, 1,8% a mais que na safra anterior, o que faz dela a segunda maior produção dos últimos cinco anos. A Índia foi a maior produtora, com 6,2 milhões de toneladas, seguida pela China, USA, Brasil e Paquistão.
A projeção do ICAC para 2021 é de 25,1 milhões de toneladas, 4,2% menos que no ciclo que o precedeu, por conta dos preços internacionais mais baixos do algodão, que estão determinando uma diminuição de área nos maiores países produtores da fibra.
Ainda de acordo com o comitê internacional, o consumo mundial em 2019/2020 deverá ser de 22,7 milhões de toneladas; 12,7% a menos do que em 2018/2019. Segundo Hughes, nas duas últimas décadas, o algodão passou por três choques negativos, sendo o último, o que iniciou em 2019, por conta da pandemia.
A última previsão do ICAC indica um aumento nos estoques finais, em 2021, de 3% sobre 2019/2020, que já foram 17% maiores que o do ciclo anterior. A pressão nos preços também se deverá à baixa demanda por fibras têxteis pelas marcas e varejistas.
Hughes abordou ainda impacto da pandemia na prioridade que os consumidores estão dando a outros tipos de bens, na hora das compras, em detrimento do vestuário.
Algodão brasileiro x Covid
Marcelo Duarte, diretor de relações internacionais da Abrapa, apresentou as linhas-mestras das ações estratégicas empreendidas pela associação e suas estaduais para garantir a saúde, a segurança e a plena operação nas fazendas produtoras da fibra no Brasil.
A meta, segundo ele, era reduzir riscos e custos de produção. Dentre os pontos, Duarte destacou o investimento intensivo em tecnologia para aumentar a produtividade, e em controle biológico, incrementando a sustentabilidade e reduzindo custos de produção. O foco em qualidade e sustentabilidade também foi decisivo.
O diretor ainda enfatizou o esforço dos produtores, via Abrapa e outros agentes, como os exportadores, para aumentar a eficiência da cadeia.
Fonte: Agrolink