Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), realizou na noite desta segunda-feira, 22, o 11º Encontro de Tendências Agroclimatológicas, que teve como foco a adaptação às mudanças climáticas e o planejamento da safra 2025/2026. O evento contou com a participação de aproximadamente 200 pessoas, entre produtores e técnicos, no auditório do Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos, em Palmas.
Representando o secretário da Seagro, César Halum, o subsecretário da Secretaria Estadual da Pesca e Aquicultura, Roberto Sahium, destacou a relevância da iniciativa. “Essa ação do Governo em apresentar as condições do clima é fundamental para o planejamento dos produtores. Cerca de 50% do sucesso da lavoura depende do clima; a outra parte envolve solo, manejo e variedades. Ao munirmos os agricultores com informações sobre o período chuvoso, damos suporte essencial para suas tomadas de decisão. Vale lembrar que, para iniciar o plantio, é necessário pelo menos 100 mm de água armazenada no solo”, explicou.
Sahium reforçou ainda que o Governo do Tocantins tem ampliado os investimentos no monitoramento climático e na disseminação de informações agroclimáticas. “Essas iniciativas fortalecem o planejamento, modernizam o setor produtivo e reafirmam o compromisso do Estado com a sustentabilidade no campo”, complementou.
Palestras
A programação contou com especialistas de renome. A pesquisadora Dra. Lucietta Guerreiro Martorano, doutora em Agrometeorologia da Embrapa/Mapa/Inmet-DF, abordou o tema Agrometeorologia e Emergência Climática. Ela explicou que a configuração do fenômeno La Niña já começa a ser observada, devido ao rápido resfriamento das águas do Oceano Pacífico. “Esse cenário pode antecipar a semeadura na nossa região. As chuvas devem iniciar a partir do dia 30 de setembro, mas o agricultor precisa ter cautela para não semear de imediato, pois pode ocorrer o veranico, ou seja, a quebra da sequência das chuvas. É fundamental seguir as orientações do serviço de meteorologia do Inmet para reduzir os riscos de perdas nas lavouras”, alertou.
Setor produtivo
O presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Cooapa), Ricardo Khouri, destacou a importância do evento como ferramenta estratégica para os produtores. “Diversos fatores influenciam no cultivo, e a tendência climatológica é uma das principais. Essas informações permitem escolher melhor as variedades de soja para a safra de verão e de milho para a safrinha, considerando as probabilidades de menor intensidade de chuvas entre novembro e janeiro, podendo se estender até fevereiro. Com isso, é possível optar por variedades mais resistentes à falta de água”, afirmou o produtor.
Por Elmiro de Deus/Governo do Tocantins.