São 117 mil registros ativos de empresas desse tipo no país, sendo a maioria delas de perfil familiar
O Brasil já conta com cerca de 117 mil holdings registradas, segundo dados do Mapa de Empresas do Governo Federal. Esse crescimento acompanha a busca de empresários por maior proteção patrimonial e organização dos negócios, especialmente em empresas familiares, que representam mais de 90% das companhias brasileiras, de acordo com o IBGE.
As holdings têm se consolidado como instrumentos estratégicos para alinhar interesses da família e da empresa, simplificar a administração de bens e preparar a sucessão de forma antecipada. No entanto, ainda é comum a ideia de que estruturar uma holding se resume apenas à abertura de um CNPJ. Na prática, a efetividade desse modelo depende de um planejamento que envolva dimensões jurídicas, contábeis e sucessórias.
“Muitos empresários acreditam que basta registrar a holding para ter proteção automática do patrimônio. Mas, sem análise técnica, o resultado pode ser uma estrutura frágil, que não entrega os benefícios esperados”, afirma o advogado Alex Coimbra, presidente e coordenador técnico nacional do Instituto Brasileiro de Planejamento Patrimonial e Sucessório.
O tema é especialmente relevante no Brasil, onde a ausência de planejamento sucessório é um dos fatores que mais comprometem a continuidade das empresas familiares. Um levantamento do Banco Mundial, revela que 30% das empresas familiares chegam até a terceira geração e apenas metade delas sobrevive, o que reforça a importância de mecanismos que antecipem e organizem a transição entre sócios e herdeiros. Nesse cenário, a holding patrimonial surge como ferramenta capaz de estruturar essa passagem de forma mais ágil e menos onerosa.
Quando elaborada de forma adequada, a holding oferece proteção contra riscos jurídicos e empresariais, melhora a governança entre sócios e herdeiros, antecipa a sucessão com menos conflitos e custos e pode até trazer ganhos de eficiência tributária dentro dos limites da lei. “Criar uma holding é uma decisão estratégica, que deve ser pensada para o presente e para o futuro do negócio. Ela preserva o patrimônio ao longo das gerações e fortalece a continuidade da empresa”, acrescenta.
Por Precisa Assessoria.