A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão de todos os lotes do Café Torrado e Moído Extraforte e Tradicional da marca Câmara na última terça-feira (23).
Além disso, ficam proibidas pela autarquia a comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e o uso do produto.
A medida foi tomada depois que uma portaria da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do estado do Rio de Janeiro confirmou a origem desconhecida do café.
“A embalagem do produto indica que o café é fabricado pelas empresas Sociedade Abast do Com e da Ind de Panif Sacipan S/A e Lam Fonseca Produtos Alimentos Ltda., que não estão regulares”, diz a Anvisa, em nota.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a fabricante falsificava o selo de pureza, mecanismo criado em 1989 pela entidade que identifica os cafés feitos com 100% de grãos e, assim, distingue os produtos que não seguem padrões de qualidade.
Em entrevista ao g1, a Abic disse que a Sacipan, responsável pela fabricação do café Câmara, não faz parte de seu quadro associativo desde 2016. A entidade já notificou a empresa por uso indevido do selo de pureza.
A última análise da entidade, realizada em fevereiro de 2024, mostrou que o produto estava impuro e, portanto, não poderia estampar a rotulagem que atesta a qualidade.
Conforme informações da Anvisa, um laudo de análise emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen/RJ) encontrou fragmentos de um corpo estranho, semelhantes a vidro, no lote de número 160229 do café Câmara.
De acordo com regras definidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2022, pacotes de café não podem conter mais de 1% de impurezas ou materiais estranhos.
Por Canal Rural.