A Associação de Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou que as investigações sobre o assassinato do brigadista Sidiney de Oliveira Silva, de 44 anos, fosse repassado a Polícia Federal (PF). O pedido foi protocolado nesta quarta-feira (10) na PF do estado.
Sidiney acabou assassinado com dois tiros na porta de casa no dia 15 do mês passado, em Formoso do Araguaia, época em que a Polícia Civil foi designada para acompanhar o caso.
O presidente da Associação dos Servidores do Ibama (Asibama-TO), Wallace Rafael, disse em vídeo que o pedido tem o intuito de acelerar o processo de elucidação do crime. Ainda de acordo com o presidente, outro protocolo será submetido também ao Ministério Público de Brasília.
No vídeo em que o JTo teve acesso, Wallace Rafael aparece na frente da superintendência da PF no Tocantins, com o pedido de federalização em mãos e dispara:
“Nós acabamos de protocolizar aqui o pedido de federalização das investigações do assassinato do brigadista Sidiney (…) que foi brutalmente assassinado na porta de sua casa(…) a gente também vai protocolizar esse pedido junto ao Ministério da Justiça em Brasília. A gente espera que esse processo seja concluído o mais rápido possível e que as investigações sejam aprofundadas o suficiente para que a gente chegue no mandante ou mandantes desse crime” disse em vídeo.
O documento argumenta que o caso deve ser transferido para a esfera federal, pois cabe à justiça federal processar e julgar crimes contra funcionários públicos federais, especialmente quando relacionados ao desempenho de suas funções.
No pedido, o presidente da Associação ressalta que Sidney tinha um profundo conhecimento da situação na Ilha do Bananal, onde enfrentava a criminalidade ambiental. Nos últimos anos, essa criminalidade havia aumentado devido à invasão desordenada de pecuaristas que desejavam ocupar terras públicas para criar seus rebanhos bovinos.
A Secretaria de Segurança Pública(SSP) afirmou, em nota ao JTo, que empenha todos os esforços para resolver o caso e destacou que investigações complexas demandam um tempo mais longo para serem finalizadas.
Nota da SSP
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins reitera que as circunstâncias da morte do brigadista Sidiney de Oliveira Silva estão sendo investigadas pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia, com o apoio da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Gurupi), da 8ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEIC – Gurupi) e da 7ª Delegacia Regional da Polícia de Gurupi.
A SSP/TO reitera ainda que, a Polícia Civil não tem medido esforços para buscar a elucidação de crimes desta natureza, ressaltando que se tratam de investigações complexas, que demandam um tempo maior para serem concluídas.
Mais informações serão repassadas em momento oportuno.
Sobre o assassinato de Sidiney
Casado e pai de três filhos, Sidiney era um ambientalista e brigadista com vasta experiência, contratado pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama. Ele dedicava-se ao combate a incêndios florestais na área da Ilha do Bananal e nos territórios indígenas do Parque Nacional do Araguaia.
O corpo dele foi encontrado após a irmã ouvir duas ‘explosões’. Ao chegar à porta, ela afirmou à polícia que viu o brigadista agonizando no chão e que pediu socorro. Uma ambulância foi até o endereço, mas a equipe apenas atestou a morte.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP), afirmou na época que a investigação apontou que a arma utilizada foi uma espingarda cartucheira e que os tiros foram disparados de uma casa abandonada que fica na frente do local onde ele estava quando foi morto.
Um vizinho chegou a informar à polícia que antes de amanhecer, viu uma motocicleta parada na esquina. Nela estava um homem de jaqueta e capacete observando o local.
No boletim de ocorrência consta que Sidiney se levantou por volta de 7h30 e estava verificando a água e óleo do carro quando foi atingido pelos tiros.
Por Raquel Oliveira estagiária do Jornal do Tocantins sob orientação de Raphael Pontes.