Desde o início de maio, produtores rurais do município de Talismã, no sul do Tocantins, têm registrado recorrentes ataques de onças a animais em fazendas da região. Pelo menos seis bezerros foram mortos, além de porcos e um cavalo filhote. Uma égua ficou ferida e um potro segue em recuperação. A situação tem gerado medo entre os moradores da zona rural e prejuízos para os produtores.
Pedro Vicente Teixeira, gerente de uma das propriedades atingidas, relatou o cenário encontrado após um dos ataques.
“Encontrei o bezerro já comido pela metade. Ao redor dele, havia um monte de folhas, como se a onça tivesse coberto e voltado depois para se alimentar mais. Ela deixou o resto e foi embora. É um prejuízo grande. Já atacaram até cavalo, e aqui ainda temos muitos bezerros. É perigoso acontecer mais. A gente precisa buscar alguma forma de evitar esses ataques”, lamentou.
As ocorrências foram registradas em várias propriedades, entre elas as fazendas Peroba, Porteira Velha, Renascer e Volta Grande. O último ataque ocorreu no sábado (10), por volta das 6h da manhã. Pegadas dos felinos foram vistas em estradas vicinais e registradas por moradores com celulares. Acredita-se que as onças estejam se abrigando em reservas naturais da região, onde há disponibilidade de vegetação e alimento.
Diante do cenário, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) enviou equipes ao local e instalou câmeras de monitoramento para acompanhar a movimentação dos animais. A Defesa Civil municipal também acompanha a situação.
“A gente pede o máximo de cuidado e atenção. Com o apoio do Naturatins, esperamos o monitoramento efetivo e a possível captura desses animais para que sejam removidos da região. Esse é o nosso primeiro pedido. Outras providências devem ser tomadas em seguida”, afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, João Carlos Lopes.
Mudanças na rotina escolar
Os ataques, que costumam ocorrer de madrugada ou no início da manhã, também impactaram a rotina dos alunos da zona rural. Segundo a Secretaria de Educação de Talismã, esse é o horário em que muitas crianças saem de casa para pegar o transporte escolar, o que aumentou a preocupação com a segurança.
“Houve um acordo com os pais para que deixem as porteiras abertas e o motorista vá até a porta das casas buscar as crianças. Assim, evitamos riscos tanto para os alunos quanto para os profissionais do transporte”, explicou a secretária Fabiana Alípio.
As autoridades seguem monitorando a situação, enquanto moradores e produtores aguardam medidas mais eficazes para conter os prejuízos e garantir a segurança da comunidade rural.