País lidera as vendas globais de grãos, açúcar, café e suco de laranja
No dia de 17 de outubro é comemorado o Dia da Agricultura, em homenagem a uma das atividades mais antigas da humanidade. Para atender à demanda de alimentos de uma população mundial estimada em 9,3 bilhões de pessoas em 2050, será necessário um aumento de 60% da produção atual de grãos, carnes, frutas e hortaliças, segundo a FAO, braço da Organização das Nações Unidas para a agricultura. Segundo a entidade, o Brasil responderá por 40% desta oferta de alimentos.
No Brasil, o início das atividades agrícolas comerciais se deu com o cultivo de cana-de-açúcar na região Nordeste ainda no século XVI. Um novo período foi inaugurado no país com o cultivo de café a partir do século XVIII. O produto viria a se tornar o principal item de exportação a partir do século XIX. O ciclo do café contribuiu para a implantação de novos centros urbanos, para o desenvolvimento da logística ferroviária no estado de São Paulo e impulsionou a modernização na economia brasileira.
No entanto, a queda da importância deste produto na matriz econômica a partir de 1930 resultou na valorização de outras culturas, como a soja, que se consolidaram no País especialmente a partir da década de 1970, com a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Também é a partir dessa época que ocorre um forte aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, de linhas de financiamento para os produtores, de mecanização agrícola e de uso intensivo de insumos químicos.
Produção nacional
Devido à vocação agrícola, o Brasil se tornou importante fornecedor mundial de alimentos. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra de grãos de 2023/2024 o País plantou 79 milhões de hectares e colheu 298,6 milhões de toneladas de grãos.
Em 2023, o Brasil liderou as vendas mundiais de soja, milho, café, açúcar e suco de laranja. Entre os maiores compradores, se destacam, a China, os Estados Unidos e a União Europeia.
No País existem atualmente mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários no País, que, juntos, ocupam cerca de 350 milhões de hectares conforme com dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023 o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio foi responsável por 23,8% do PIB total do Brasil, e de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) foi de R$ 1,19 trilhão.
Deste montante, R$ 835 milhões se referiram às lavouras, com destaque para a produção de soja, que gerou R$ 341 milhões; de milho, que rendeu R$ 144 milhões; e de cana-de-açúcar, com R$ 116 milhões. Juntas, essas três culturas responderam por 72% do VBP das lavouras brasileiras no ano passado.
Agricultura familiar
A agricultura familiar brasileira é a 8ª maior produtora de alimentos do planeta. É o que mostra o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar de 2024, documento elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Ainda segundo o IBGE, o Brasil possui cerca de 3,9 milhões de estabelecimentos rurais familiares, o que representa 77% das propriedades agrícolas do País e cerca de 23% das terras agricultáveis, o equivalente a 80,8 milhões de hectares. Além disso, esse segmento garante 10,1 milhões de ocupações no campo.
Por Luciana Franco/Globo Rural.