Cultivo em várzeas tropicais permite colheita fora do calendário tradicional e impulsiona economia
Municípios do Tocantins, consolidam-se como pólos estratégicos para a produção de soja semente no Brasil, destacando-se como um dos poucos municípios autorizados pelo Governo Federal a realizar este cultivo em período de entressafra. A liberação excepcional, concedida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), reconhece as condições climáticas diferenciadas da região, marcadas pelo baixo desenvolvimento da Ferrugem Asiática, praga que afeta severamente a cultura em outras partes do país.
Na safra 2024, foram implantados 56.672 hectares destinados à produção de soja semente na região, com 111 cadastros registrados. Atualmente, as lavouras encontram-se na fase de manutenção, com colheita prevista para ocorrer entre julho e setembro. Essa janela de produção, fora do calendário habitual, é possível graças ao sistema de cultivo das várzeas tropicais do Tocantins, que proporciona infiltração adequada e favorece o desenvolvimento de sementes com alto vigor e germinação.
Além de beneficiar a produção, o controle rigoroso sobre essas áreas visa mitigar riscos fitossanitários, especialmente relacionados à ferrugem asiática, fortalecendo a sanidade das lavouras e assegurando a qualidade das sementes. Segundo dados da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), o setor de sementes no Brasil gera mais de 600 mil empregos e arrecada cerca de 220 milhões de reais em impostos anualmente, reafirmando a importância econômica e social dessa cadeia produtiva.
Para a presidente da APROSOJA Tocantins, Caroline Barcellos, Lagoa da Confusão representa um exemplo de excelência técnica e inovação para a agricultura. “A produção de sementes no período de entressafra é uma oportunidade única que o Tocantins vem consolidando com maestria. Essa atividade fortalece a competitividade dos nossos produtores, gera empregos e movimenta a economia local, mostrando que é possível aliar desenvolvimento com sustentabilidade e produtividade”, destaca.
Já o presidente da APROSOJA Brasil, Maurício Buffon, ressalta a importância do alinhamento entre produtores, entidades de classe e o poder público para garantir a sanidade e a qualidade das sementes produzidas. “A produção de soja para sementes fora do calendário tradicional é um diferencial competitivo para o país e reforça o potencial do Tocantins como fornecedor de sementes de altíssima qualidade para o mundo”, afirma.
A autorização para o cultivo de soja semente no período de entressafra contempla, além de Lagoa da Confusão, os municípios de Cristalândia, Pium, Formoso do Araguaia, Santa Rita do Tocantins e Dueré. A prática é voltada exclusivamente para fins de pesquisa, produção de sementes e a chamada “salva legal” para uso próprio.
Por Kiw Assessoria de Comunicação.