O país investe em inteligência artificial no campo para prever pragas, aumentar a produtividade e frear o desmatamento
O Brasil já conta com mais de 1,2 milhão de drones registrados na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e cerca de 100 mil operadores habilitados, um volume que coloca o país na vanguarda da aplicação dessas tecnologias fora do ambiente urbano. Ao mesmo tempo, com 27,5% das terras agricultáveis do planeta, o país tem papel central na segurança alimentar global. Nesse cruzamento entre potência agrícola e avanço tecnológico, a inteligência artificial (IA) se consolida como aliada estratégica para garantir produtividade e proteção ambiental.
Nas lavouras, os drones equipados com sensores térmicos, câmeras de alta precisão e softwares de IA ajudam a antecipar surtos de pragas, avaliar condições do solo, identificar falhas de plantio e orientar decisões agronômicas com base em dados. O resultado é uma agricultura mais eficiente, precisa e sustentável, que exige menos insumos e gera menos impacto.
Para Rogério Athayde, CTO da keeggo consultoria de tecnologia: “A inteligência artificial – além de tornar operações mais eficientes – entrega soluções assertivas que podem ser interpretadas de forma rápida pelo produtor, desempenhando um papel fundamental na segurança alimentar global”.
A chamada agricultura preditiva já permite que produtores ajam de forma antecipada a riscos sanitários ou ambientais. Ao identificar padrões antes que se tornem problemas reais, é possível reduzir custos operacionais, evitar perdas e minimizar o uso de defensivos, uma demanda crescente dos consumidores e dos mercados internacionais.
Mas o uso da tecnologia no campo vai além das lavouras. Em regiões de floresta, drones e sistemas de satélite equipados com inteligência artificial já conseguem detectar alterações na cobertura vegetal, mapear pontos de alerta e emitir sinais automáticos de possível desmatamento ilegal. Em 2025, o governo atribuiu parte da queda de 40% no desmatamento da Amazônia no primeiro quadrimestre ao uso intensivo desses sistemas de monitoramento.
“Se as tecnologias quânticas continuarem evoluindo no ritmo atual, daqui a não muitos anos poderemos ter computadores que alcancem algum tipo de vantagem em problemas de simulação em química, de otimização ou de aprendizado de máquinas. A economia agrícola brasileira tem muito a crescer e de forma rápida com a inclusão dessa tecnologia, com resultados positivos para quem planta, quem industrializa e quem consome”, finaliza Athayde.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios importantes. A falta de conectividade em áreas remotas, a dificuldade de acesso para pequenos e médios produtores e a ausência de políticas públicas voltadas à digitalização do campo limitam a escala das soluções. Também há debates regulatórios em aberto sobre uso, segurança e governança dos dados gerados no ambiente rural.
A cadeia produtiva agrícola mundial tem muito a ganhar com o avanço da computação quântica de ponta a ponta, ou seja do campo até a mesa do consumidor brasileiro: “Vale ressaltar que os investimentos ajudarão desde o desenvolvimento de fertilizantes avançando para um plantio de qualidade e sem pragas, passando produtos com qualidade e rapidez para a indústria alimentícia, que chegam à mesa do consumidor com mais saúde, principalmente, no período entre safras”, reforça o executivo da Keeggo.
Com o avanço da IA, da automação e da análise de dados em tempo real, o Brasil tem a chance de consolidar um modelo de agronegócio mais moderno, sustentável e respeitado globalmente. Em meio às exigências de um mundo em transformação, o campo brasileiro aposta alto e voa com precisão.
Por Press FC.