A consultoria Falconi, referência no Brasil em gestão estratégica, divulgou a pesquisa “Termômetro Agro”, que analisa o cenário e as perspectivas do agronegócio brasileiro para 2024. Segundo o levantamento, 48% das lideranças do setor avaliam o mercado atual como “morno”, refletindo uma desaceleração em relação ao desempenho de 2023. Contudo, 37% dos entrevistados permanecem otimistas, projetando crescimento no curto prazo, com destaque para os próximos seis meses.
Desafios e fatores que impactam o setor
A pesquisa também revelou que os principais desafios enfrentados pelas empresas do agro envolvem oscilações nos preços das commodities (23%), mudanças climáticas (16%) e as políticas governamentais (15%). Além disso, questões gerenciais, como a dificuldade de alinhar planejamento estratégico à execução (13%) e a definição de estratégias comerciais eficazes (13%), também figuram entre as preocupações do setor.
De acordo com Andre Paranhos, vice-presidente da unidade de negócios da Falconi voltada para o agronegócio, o momento exige que as empresas revisem suas estratégias de gestão para estarem preparadas para um aquecimento no setor nos próximos meses. “A maturidade de gestão nas empresas agro ainda é baixa, e investir em gestão estratégica pode gerar melhores resultados e maior resiliência frente a desafios climáticos e mercadológicos”, explica Paranhos.
Prioridades para o futuro próximo
Em relação aos investimentos de curto prazo, a pesquisa aponta que 19% das empresas destacam a capacitação de pessoal como uma das principais prioridades, seguidas por investimentos em tecnologia agrícola avançada (12%) e gestão financeira (12%). Para Paranhos, “a formação de talentos é crucial para garantir uma cultura de alto desempenho nas organizações”.
Tecnologia e inovação no agronegócio
O levantamento também indica que o setor agropecuário brasileiro segue focado em inovações tecnológicas. Entre as ferramentas mais adotadas, destacam-se os sistemas de gestão agrícola (16%), inteligência artificial (14%) e sensores para coleta e análise de dados (12%). No entanto, o executivo alerta para a necessidade de avaliar se os investimentos em inovação estão gerando os retornos esperados e se estão sendo gerenciados de maneira eficaz.
Embora o “Termômetro Agro” revele um cenário de desaceleração, as expectativas para o futuro continuam positivas, com foco em investimentos em gestão estratégica, tecnologia e capacitação. A pesquisa indica que, apesar de um crescimento gradual, o agronegócio brasileiro está caminhando para se tornar ainda mais tecnológico, embora precise aprimorar sua maturidade em gestão para extrair todo o potencial das inovações.
O levantamento contou com a participação de 129 lideranças do setor, incluindo CEOs, proprietários e executivos de alta gestão de empresas da cadeia produtiva agropecuária. Dentre as empresas participantes, 12% possuem faturamento superior a R$ 5 bilhões anuais.
Por Comuniquese.