A participação da Universidade Federal do Tocantins (UFT) no evento “Grito do Agro”, realizado no dia 20 de fevereiro de 2025 em Palmas, gerou forte reação dentro da comunidade acadêmica. A Seção Sindical dos Docentes da UFT (SESDUFT) publicou uma nota de repúdio criticando a presença da Reitoria no evento e questionando a legitimidade do apoio institucional ao agronegócio.
De acordo com o documento assinado pela diretoria da SESDUFT, a UFT, enquanto instituição pública de ensino superior, deve priorizar a defesa da educação pública e a ampliação dos direitos sociais, em vez de se associar a setores que não necessariamente representam esses interesses. O sindicato destacou que a participação da universidade na iniciativa promovida pela Frente de Entidades do Agronegócio Tocantinense (FEATO) não foi previamente discutida nos Conselhos Superiores, o que, segundo a nota, configura uma decisão individual da Reitoria e não um posicionamento institucional legítimo.
Além disso, o texto aponta que a UFT nunca teve o mesmo empenho para participar de encontros da agricultura familiar e de trabalhadores rurais, o que gerou ainda mais estranhamento na comunidade acadêmica. Para o sindicato, uma universidade pública deve atuar em prol de grupos sociais com maior dificuldade de inserção no mercado e na luta por direitos fundamentais.
A SESDUFT finaliza a nota reafirmando sua oposição à presença da UFT no evento e condenando o que considera uma “instrumentalização” da instituição para interesses políticos e privados que não condizem com sua função pública.
A Reitoria da UFT ainda não se manifestou oficialmente sobre as críticas.
Com informações da nota de repúdio da SESDUFT.