Por Paulo Santos — São Paulo
Os preços da soja na bolsa de Chicago não dão sinais de reação e seguem nos menores patamares desde dezembro de 2020. Nesta quarta-feira (14/2), os contratos com vencimento para março caíram 1,33%, negociados a US$ 11,7050 o bushel.
Para João Birkhan, CEO da Sim Consult, a diferença entre as projeções para a colheita de soja no Brasil é um dos fatores de baixa para o grão. Enquanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima uma oferta de 156 milhões de toneladas, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê 149,4 milhões de toneladas.
“Essa discrepância é muito ruim para o mercado. Números tão distintos favorecem muitas especulações, e é ela quem direciona os valores em Chicago”, afirma Birkham.
Ainda segundo ele, os preços reagem a um bom volume de vendas no mercado brasileiro. “O produtor está vendendo [a soja]. Nem tanto pelo preço, mas sim pela deficiência de armazenagem e também pela necessidade de pagar despesas. Isso contribuiu ainda mais para a especulação na bolsa”, comenta.
Ainda jogam a favor da queda da soja as indicações de que a área com o grão nos Estados Unidos deverá ser maior na temporada 2024/25. Na quinta-feira (15/2), o USDA divulgará as primeiras estimativas de plantio, em seu fórum anual.