Lançado no dia 30 de julho, o aplicativo Babaçuais marca uma conquista das mulheres e juventudes quebradeiras de coco do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins. A ferramenta foi criada por meio de parceria entre a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP) e a Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), com patrocínio do Serpro e do Governo Federal.
O aplicativo simboliza o encerramento de uma das etapas do projeto “Viva Babaçu: Inclusão digital como estratégia de empoderamento de jovens e mulheres quebradeiras de coco babaçu”.
MONITORAMENTO EM TEMPO REAL
Com o Babaçuais, as associadas da ASMUBIP podem registrar e acompanhar a produção de subprodutos do coco babaçu, como azeite, óleo e flocos. A plataforma mostra em tempo real o que está sendo produzido e armazenado por cada grupo, facilitando o planejamento, o controle e a comercialização.
A ferramenta será utilizada por núcleos comunitários e pela central de beneficiamento da associação, o entreposto Viva Babaçu.
FERRAMENTA DE RESISTÊNCIA
Maria do Socorro Teixeira, coordenadora geral da ASMUBIP, destaca que o aplicativo representa uma nova etapa na luta histórica das quebradeiras. “Esse aplicativo vem para ajudar a divulgar a importância dessa árvore em pé. Antes, a gente lutava no grito. Hoje, temos a tecnologia para fortalecer nossa causa. Divulgar o babaçu é dizer que ele sustenta famílias e precisa ser protegido”, afirmou.
PARCERIAS E APOIO TÉCNICO
Durante o lançamento, representantes do Serpro, da APA-TO e jovens da região celebraram o papel da tecnologia como instrumento de inclusão. Regina Farias, gerente de responsabilidade social do Serpro, reforçou o compromisso com projetos como o Babaçuais.“Nosso objetivo é desenvolver tecnologia útil, que melhore a produção, a venda e a qualidade de vida das pessoas. Queremos que vocês possam fazer tudo pelo telefone e computador”, declarou.
Francisco Gomes, presidente da APA-TO, destacou que o aplicativo fortalece toda a cadeia do babaçu.“Ajuda na comercialização, no controle da produção e nas decisões estratégicas. É um avanço essencial para as quebradeiras e para as cooperativas que trabalham com o babaçu”, afirmou.
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES
O Babaçuais foi desenvolvido pela Cooperativa EITA com participação direta das quebradeiras de coco e apoio técnico da APA-TO. A proposta alia inclusão digital, autonomia produtiva e valorização dos saberes tradicionais.
Além do uso do aplicativo, as mulheres recebem oficinas práticas e suporte contínuo para o uso da ferramenta em seus territórios.
O aplicativo já está disponível para as associadas da ASMUBIP e representa o encontro entre o conhecimento ancestral e as possibilidades oferecidas pela tecnologia, ampliando a autonomia das mulheres extrativistas e contribuindo para a valorização dos babaçuais em pé.
Por Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP).