O IBAMA concedeu, em 2022, uma licença prévia parcial para a hidrovia do Araguaia-Tocantins. A comissão de Meio Ambiente vai promover um debate sobre os impactos ambientais e sociais do empreendimento, que pode transformar-se em uma das principais alternativas de transporte no corredor Centro-Norte do Brasil.
Com um potencial navegável de aproximadamente 3 mil km, a hidrovia do Araguaia-Tocantins é considerada uma rota estratégica para o escoamento de grãos. Durante as cheias, é possível navegar até 2 mil km pelo Rio Tocantins, partindo de Lajeado, no Tocantins, até Belém, no Pará. Contudo, a navegação enfrenta desafios significativos no período de seca, especialmente após o lago de Tucuruí, devido ao Pedral do Lourenço – um trecho de 43 km com afloramentos rochosos que limita a navegação comercial de grande porte entre o final do reservatório da hidrelétrica e a cidade de Marabá, no Pará.
O senador Jorge Kajuru, autor do pedido para o debate e membro do PSB de Goiás, critica o licenciamento fragmentado do projeto. Ele argumenta que a licença não leva em consideração o impacto ambiental ao longo de todo o percurso do rio, o que pode prejudicar o meio ambiente e ameaçar a sobrevivência do Rio Araguaia.
“Estão querendo transformar o Rio Araguaia em uma hidrovia, o que representa uma ameaça significativa para o rio. Já enfrentamos um drama com empresários, especialmente de São Paulo, que estão retirando água do Araguaia de forma predatória, afetando uma das maiores riquezas de Goiás e do Brasil”, afirmou o senador Jorge Kajuru.
O debate está agendado para esta quarta-feira, 28, às 9h, e contará com a participação de pesquisadores do Instituto Emílio Goeldi e da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, além de representantes do Ministério dos Portos e Aeroportos, do Ministério Público Federal e do presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho.
Por Cesar Mendes/Rádio Senado.