Após o governo federal iniciar o processo que abre o caminho para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica contra os EUA, entidades ligadas a indústira e ao agro se manifestaram pedindo cautela.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliam que a medida, embora legítima, deve ser adotada somente após esgotadas as negociações bilaterais.
A FPA divulgou nota destacando que o acionamento imediato da lei pode prejudicar as negociações em curso no Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), onde o Brasil terá espaço para apresentar sua defesa a partir de 3 de setembro. Segundo a Frente, é preciso assegurar que o processo siga critérios técnicos e comerciais, evitando sinalizações equivocadas que comprometam a previsibilidade regulatória.
A CNI, por sua vez, afirmou que “não é o momento” para colocar a lei em prática. O presidente da entidade, Ricardo Alban, ressaltou a importância de preservar a relação bilateral com os Estados Unidos e defendeu o diálogo como caminho para reverter a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros. Para reforçar essa posição, a confederação organizou uma comitiva com mais de 100 empresários que viajará a Washington nesta semana para reuniões com autoridades e lideranças locais.
Tanto a FPA quanto a CNI consideram que a Lei da Reciprocidade é um instrumento válido de defesa comercial, mas alertam que sua utilização precipitada pode trazer riscos ao setor produtivo brasileiro e às relações econômicas entre os dois países.
Por Canal Rural.