Um levantamento da Scot Consultoria revelou que o preço das áreas agrícolas subiram 113% nos últimos cinco anos. Em Rondônia (RO), a valorização quase chegou a 300%, alcançando o preço médio de R$ 23,1 mil por hectare.
O relatório analisou o mercado nos 17 estados mais relevantes na produção do agronegócio brasileiro de 2019 a julho de 2024, com o preço da terra mais que dobrando em 11 deles. O valor médio do hectare escalou de R$ 14,8 mil para R$ 17,8 mil no período.
A rentabilidade se destaca em relação a outros possíveis investimentos que poderiam ser realizados no mesmo período. De acordo com o Valor Data, o Ibovespa (IBOV) registrou valorização de cerca de 25,9%. A poupança rendeu 28,66%, o dólar comercial, 47,27%, e o CDI, 48,79%. A inflação no período foi de 33,63%.
Terras agrícolas em alta
Estados na região do Matopiba, que abrange Piauí (PI), Maranhão (MA), Tocantins (TO) e Bahia (BA), também tiveram ampla valorização, principalmente os dois primeiros, onde as terras agrícolas ficaram 200% mais caras.
No Paraná (PR), onde o preço médio das áreas para agricultura chega a R$ 59,2 mil por hectare, sendo o maior do país, a alta também foi expressiva e alcançou 107%.
De acordo com a Scot Consultoria, fatores como a proximidade da malha viária, grau de tecnificação das propriedades, produtividade por região, culturas predominantes, agroindústrias, portos, relevo e solo, dentre outros, precificam as terras.
A instituição vê a taxa de juros elevada como um limitador de maiores volumes de negociação das terras, já que o crédito fica prejudicado. Contudo, a injeção de investimentos via fontes particulares, como o mercado de capitais, mantém os preços firmes no país.
O levantamento traz informações sobre o mercado de terras e discussões pertinentes na Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Por Gustavo R. Silva/Money Times.