Órgão dos EUA vê 65% de chance de ocorrer fenômeno, que reduz chuvas no Sul
Por Marcos Fantin e Marcelo Beledeli — São Paulo e Porto Alegre
Depois de um ano marcado pelo El Niño, que provocou seca no Norte e temporais frequentes no Sul do país, afetando a produção agrícola em várias regiões do Brasil, produtores estão em alerta para o que vem pela frente. E o que está no horizonte é o La Niña. A possibilidade de o fenômeno climático acontecer no segundo semestre deste ano é cada vez maior, segundo o NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). O órgão de monitoramento do clima dos EUA estima chance de 65% de que o La Niña se concretize entre agosto e outubro de 2024.
Em períodos de La Niña, em média, chove menos no Sul e mais no Norte e Nordeste do Brasil. No Sudeste e Centro-Oeste, há chances de períodos frios e chuvosos.
O meteorologista Willians Bini, da Climatempo, diz que não há razões para alarmismo no momento. Mas admite que o Sul precisa ficar atento a um retorno do La Niña.
“O excesso de chuva (de hoje) no Sul do Brasil deixa de ser algo real, e pelo contrário, já tem um risco de chuvas irregulares. Isso para o agro no Sul passa a ser uma informação extremamente relevante, pelo possível déficit hídrico em algumas áreas”, afirma Bini.
No Sul, a falta de chuvas entre agosto e outubro é uma grande dor de cabeça para os produtores, principalmente os do Rio Grande do Sul, que iniciam o plantio de soja no fim de setembro.
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