Evento aconteceu no NERUDS – Núcleo de Estudos Rurais, Desigualdades e Sistemas Socioecológicos da Universidade Federal do Tocantins, entre os dias 09 e 10 de maio
A Coalizão Vozes do Tocantins deu um importante passo para o fortalecimento de suas ações em prol da justiça climática e da visibilidade dos povos tradicionais do Tocantins. Entre os dias 09 e 10 de maio, a entidade realizou sua 5ª reunião presencial do Conselho Gestor no auditório do Neruds, situado no câmpus da Universidade Federal do Tocantins – UFT, em Palmas.
O encontro foi marcado pela recepção de novas organizações à Coalizão, ampliando a representatividade e o poder de voz do grupo. As rodadas de conversas e informes permitiram um amplo compartilhamento de experiências e desafios enfrentados pelas organizações na luta por um futuro mais justo e sustentável.
Oscar Apinajé, da Associação Wyty Caté, que agora faz parte do grupo, aponta que a reunião serviu de conexão e para entendimento das organizações indígenas e não indígenas que compartilham o desejo de preservar seus territórios e seu modo de vida, formando uma rede com ribeirinhos, quilombolas e comunidades indígenas, unidos pela preocupação com os territórios.
“Discutimos as políticas governamentais e não governamentais que impactam nossos territórios e decidimos unir forças para lutar por uma vida digna, não apenas por bens materiais, mas pela preservação da vida. Não podemos mais culpar Deus pelo que está acontecendo no mundo; precisamos nos respeitar mutuamente e defender nossos direitos e conhecimentos para combater os problemas climáticos. Sem terra, árvores, água e ar, não há vida. Somos filhos da terra e devemos cuidar dela. Essa é uma luta coletiva pela vida, e estamos unidos com outras instituições para nos posicionar e proteger nosso futuro”, destaca Oscar.
O Conselho Gestor também dedicou tempo à discussão de temas estratégicos para o futuro da Coalizão, como a criação de Grupos de Trabalho específicos para aprofundar o trabalho em áreas temáticas relevantes, a organização de uma Audiência Pública para debater temas de interesse público e o fortalecimento do Coletivo da Juventude.
“Discutimos o planejamento das ações de 2024 focadas na influência de políticas públicas para a conservação de territórios, regularização fundiária de territórios quilombolas, proteção de territórios indígenas e assentamentos da reforma agrária. Priorizamos também a produção de alimentos saudáveis, de uso tradicional e produzidos pelas comunidades para enriquecer a alimentação escolar das comunidades tradicionais do Tocantins. Estes são temas cruciais que a coalizão se dedicará neste ano”, compartilha Silvana Bastos, coordenadora do projeto Vozes do Tocantins e representante do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Coalizão Vozes do Tocantins
Ampliar a atuação e dar visibilidade a agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais na defesa dos seus direitos e na inserção de jovens no debate global sobre justiça climática, por meio da formação conceitual e prática em ativismo aliado ao fortalecimento de suas organizações, que já realizam projetos ecossociais no Tocantins. Esse é o objetivo da Coalizão Vozes do Tocantins. O projeto faz parte do Programa Vozes pela Ação Climática Justa – VAC, de âmbito nacional e internacional.
A Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática iniciou sua articulação com seis organizações e atualmente já é composta por 15, sendo oito de base comunitária, representativas de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais; quatro não governamentais de assessoria; dois movimentos sociais e uma universidade.
São elas: Cooperativa Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços, Assistência Técnica e Extensão Rural (Coopter); Centro de Trabalho Indigenista (CTI); Associação Quilombola Kalunga do Mimoso Tocantins (AKMT); Associação Indígena Pyka Mex – Povo Apinajé; Associação Central Cultural Kajre – Povo Krahô; Colônia de Pescadores e Pescadoras de Araguacema; Cooperativa da Agricultura Familiar do Bico do Papagaio (COAF Bico); Associação Wyty Catè – povos Timbira; Associação de Mulheres do Cantão (AMA); Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros – Jalapão (ACAPPM); Universidade Federal do Tocantins (UFT); Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST); Movimento Estadual dos Direitos Humanos (MEDH), Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Associação Onça D´Água de apoio à Gestão e ao Manejo das Unidades de Conservação do Tocantins.
Advocacy¹