Desaparecido há um ano enquanto cuidava do gado, idoso segue sem pistas e família pede investigação

Um ano se passou desde o desaparecimento de Jorge Almeida Basilio, de 74 anos, e a família ainda não tem nenhuma reposta sobre o possível paradeiro dele. Os parentes denunciam ainda que não tiveram nenhuma resposta sobre a investigação do caso, e cobram por um posicionamento das autoridades.

O idoso desapareceu no dia 2 de agosto de 2024, quando saiu para ‘campear’ um gado na fazenda dele, localizada em um povoado conhecido como Turrões, dentro do Parque Estadual do Cantão. Esse trabalho é considerado de rotina para quem trabalha na pecuária.

Segundo a filha de Jorge, Marciana Ribeiro Basilio, de 45 anos, por causa da idade o pai não costumava fazer esse serviço sozinho, sempre algum parente estava com ele. Mas, dessa vez, ele saiu sozinho a cavalo por volta das 8h30 e depois disso não foi mais visto.

“Houve um episódio lá em que o gado saiu para fora, abriram o pasto e o gado saiu. Foi a primeira vez que ele saiu montado para fora da terra dele, da propriedade dele. Até então, ele saía mais acompanhado sempre de um vizinho, alguém que trabalhava e que tem terra lá também. Ou às vezes o filho ou o neto acompanhava ele também”, relembrou Marciana.

Naquele dia, a esposa de Jorge ficou esperando por ele para almoçar, mas ele não retornou. Com a preocupação do que poderia ter acontecido, a família resolveu iniciar as buscas e chamar os bombeiros.

Na época, as esquipes contaram com o Grupo de Operações com Cães (GOC), do Batalhão de Choque, para tentar localizar o idoso. Um trator chegou a ser usado para procurá-lo na mata e foram encontrados o cavalo e uma bolsa, que eram de Jorge. Mas ele não foi mais visto.

Com mais de um mês procurando por Jorge e sem nenhum sinal, as buscas foram encerradas e a Polícia Civil passou a investigar o caso. Mas após um ano do desaparecimento, nenhuma resposta foi dada à família.

O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) com relação às demandas relatadas no protesto e pela família do idoso, e a pasta informou que o caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia Regional de Paraíso do Tocantins. Também afirmou que há um delegado respondendo pela unidade de Caseara em sistema de cumulação, como sempre ocorreu, e que nenhum caso deixa de ser devidamente apurado (veja nota na íntegra no fim da reportagem).

Marciana afirmou que, nesse período, um delegado chegou a dar andamento no caso, e se mostrou interessado em ajudar. Porém, o delegado acabou sendo transferido e quem assumiu não dá retorno.

“Não tivemos nenhuma resposta, não vemos nenhum empenho da polícia investigando. É tanto que o inquérito do meu pai praticamente não tinha nada. Hoje mesmo eu tentei contato na delegacia, para que o novo delegado me atenda. Só que a resposta que eu tive é que o delegado não vai atender em Caseara, que vai estar atendendo somente em Paraíso. Eu eu pedi para saber quando é que ele vai poder me atender e não me deram resposta”, contou.

Protesto

Protesto aconteceu em Caseara, quando o desaparecimento completou um ano — Foto: Marciana Ribeiro Basilio/Arquivo pessoal

Sem respostas, os filhos, parentes e moradores de Caseara realizaram um protesto para cobrar a intensificação das investigações, além de mais segurança contra furtos e roubos e casos de feminicídio na cidade.

A filha também informou que ela e os parentes não vão deixar de cobrar as autoridades até conseguirem descobrir o que aconteceu com o Jorge. “Nós da família já estamos vivendo essa situação há um ano, buscando resposta, nossa família não vai descansar enquanto não tivermos uma resposta”.

Jorge Almeida Basilio está desaparecido desde o dia 2 de agosto de 2024 — Foto: Marciana Ribeiro Basilio/Arquivo pessoal

Íntegra da nota da SSP

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informa que o desaparecimento do senhor Jorge Almeida Basílio, ocorrido no dia 2 de agosto de 2024, no Parque Estadual do Cantão, em Caseara, segue sob investigação por parte da Polícia Civil do Tocantins.

O caso está sendo acompanhado pela 5ª Delegacia Regional de Paraíso do Tocantins, que atualmente responde pelas demandas da cidade de Caseara. Ressalta-se que há delegado respondendo pela unidade em sistema de cumulação, como sempre ocorreu, e que nenhum caso deixa de ser devidamente apurado.

No momento, a Polícia Civil não pode divulgar informações que possam comprometer o andamento das investigações.

A SSP-TO esclarece ainda que todas as demandas da Delegacia de Polícia de Caseara seguem sendo atendidas e que já há novo delegado responsável, visando reforçar a atuação policial e o atendimento à população local.

Por Patricia Lauris, g1 Tocantins.