Para o conferimento do registro de Identificação Geográfica (IG) à boneca Karajá Ritxòkò, artesanato feito exclusivamente por indígenas da etnia Iny (lê-se Inã, povo também conhecido como Karajá), o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estiveram na aldeia Santa Isabel, na Ilha do Bananal, com o objetivo de realizar um estudo para a obtenção do selo.
A iniciativa visa reconhecer e valorizar a autenticidade deste artesanato produzido exclusivamente por indígenas da etnia Iny. Durante a visita, a equipe da Sepot e do Sebrae se reuniu com 63 artesãs indígenas da boneca Ritxòkò na aldeia Karajá Santa Isabel. As artesãs fazem parte da Associação de Mulheres Indígenas da Aldeia Santa Isabel, que buscam um reconhecimento de seus trabalhos, como o artesanato, para divulgação e promoção da mulher indígena na sociedade contemporânea.
Segundo Igor Pankará, técnico especializado da Sepot que acompanhou a visita, a consulta às artesãs foi fundamental para coletar informações detalhadas sobre as características únicas da boneca, desde a escolha dos materiais até o processo de fabricação, pintura e adornos.
A consultora do Sebrae Eva Blaszczyk atuou diretamente no reconhecimento do selo de indicação geográfica junto às mulheres indígenas. Mesmo com a barreira da língua Iny, a colaboração de um tradutor, o pastor João Werreria, facilitou a interação e a coleta de informações importantes para o processo.
A boneca Karajá Ritxòkò, já reconhecida mundialmente e tombada como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apresenta características únicas, desde a pintura representativa das grafias corporais Karajá até os adornos que refletem a cultura local. Algumas bonecas contam lendas da comunidade ou retratam atividades do cotidiano, proporcionando uma experiência rica em significado.
O Sebrae, conhecido por seu trabalho na identificação e catalogação de produtos nacionais, desempenha um papel fundamental na busca do selo de IG para a boneca Ritxòkò. O reconhecimento geográfico confere reputação, valor intrínseco e identidade própria ao produto, diferenciando-o no mercado nacional e internacional.
“Apesar do processo necessário para a obtenção do selo, os benefícios são significativos, trazendo reconhecimento, credibilidade e garantia de autenticidade ao produto. A valorização financeira das artesãs é um dos principais objetivos”, afirmou Pankará.
Identificação Geográfica (IG) busca reconhecimento para o artesanato Karajá – Igor Pankará/Governo do Tocantins
Sepot e Sebrae realizam estudo com as artesãs indígenas – Igor Pankará/Governo do Tocantins
Associação de mulheres busca reconhecimento de seus trabalhos para divulgação e promoção da mulher indígena na sociedade contemporânea – Igor Pankará/Governo do Tocantins