Matéria traz as percepções das terras do Tocantins pela visão do produtor Igor van den Broek, cooperado da Castrolanda, que plantou sua primeira semente de soja na região de atuação da Cooperativa no estado
Após meses de adaptação e preparo do solo, o cooperado da Castrolanda, Igor van den Broek semeou a primeira semente de soja em sua propriedade no município de Arapoema, região norte do Tocantins, que possui uma área de 517 hectares.
O início do plantio representa um marco para Cooperativa, que está em processo de expansão com a construção do Entreposto em Colinas do Tocantins, mas também para o produtor que comemora a realização de um sonho e o início de uma nova oportunidade.
Com o apoio da esposa, Emmelyn Groenwold van den Broek e do sogro Hans Jan Groenwold, também cooperados da Castrolanda, Igor resolveu adquirir terras no Tocantins, no final de 2023, após participar dos encontros na Castrolanda que tratavam sobre a expansão. O produtor é natural de Holambra (SP), se formou como engenheiro agrônomo e mudou-se para Castro para trabalhar com o sogro na fazenda.
“Me desfiz de alguns negócios que eu tinha em São Paulo e estava procurando uma nova oportunidade de investimento. O Tocantins é um sonho há bastante tempo, mas faltava um incentivo. Foi então que surgiu a oportunidade pela Castrolanda. Era o que eu precisava. Me tornei associado e fui encarar o novo desafio”, relatou.
Desafios e diferenças
Todo começo tem seus desafios e a ida para o Tocantins não foi diferente. Igor chegou em um estado onde as condições climáticas, o solo e a cultura são diferentes do Paraná. “Observo que é algo semelhante ao dos imigrantes holandeses quando chegaram no Brasil”, comenta.
Entre as diferenças apontadas por ele, entre o Paraná e o Tocantins, o produtor aponta a característica do solo que se assemelha a um ‘couro de onça’ devido à quantidade de pedras. “O talhão não é homogêneo para que você consiga trabalhar na condição perfeita de semeadura, com uma regulagem padrão e com uma velocidade operacional legal, porque nesse couro de onça você tem uma mancha que é pedra e você precisa andar mais devagar, senão a semente fica para fora. E se você coloca em solos mais argilosos a semente pode ficar mais profunda. Mas estamos trabalhando, limpando, formando e estruturando o solo com palhada. Tudo isso são coisas que vamos melhorando ao longo dos anos”, explica.
Condições climáticas
Desde que chegou no Tocantins, Igor observou que as condições climáticas se resumem em duas estações bem definidas ao longo do ano: a seca e a chuvosa.
“Os meses de março e abril são períodos muito chuvosos. A Quaresma costuma ser bastante chuvosa no norte do Tocantins e, por isso, nessa época precisamos cuidar com a colheita”.
Em junho as chuvas começam a cessar, retornam em setembro e firmam no mês de outubro. É quando inicia o plantio. A média de precipitação é de 2.200 mm de chuvas por ano distribuídas nesse período.
Oportunidades
Para Igor, investir no Tocantins também deu oportunidades para quem estava em busca de emprego. “Percebi que muitas pessoas vêm do Maranhão e do Pará para procurar trabalho. E quando eles têm a oportunidade, respeitam muito. E eu vejo que fui muito abençoado com a mão de obra que eu tenho aqui. O pessoal já tem experiência com lavoura e hoje nós estamos com quase 60 funcionários temporários trabalhando dentro da propriedade, tirando pedras e raízes do solo. Além de cinco funcionários registrados e mais duas cozinheiras”.
Início do plantio
Emocionado, o produtor destaca que o início do plantio representa uma conquista e agradece o apoio do sogro que o incentivou em todo esse processo. “Pesquisei muito e conversei com a Fundação ABC para ver qual era a melhor maneira de fazer abertura no Tocantins. Formei a minha opinião sobre o melhor a ser feito e conseguimos executar da melhor possível. É um milagre de Deus. Nós plantamos a primeira semente para colher os resultados lá na frente. Tenho sido muito abençoado porque tudo está acontecendo muito bem”.
Com relação à expetativa de produção, Igor adianta que o pensamento é positivo para que tenha o melhor resultado.
“Sabemos que não depende só de nós, mas estamos confiantes. Dependendo da implantação da soja, a minha ideia é ir para outras culturas alternativas como o milho safrinha ou uma braquiária para a estruturação do solo. Mas ainda são estudos”, aponta.
Assistência Técnica Castrolanda
O produtor reforça ainda a importância da Assistência Técnica da Castrolanda durante todo o seu processo de aquisição de terras. “Digo que o suporte que eu recebi foi como ‘de pai para filho’. Depois que surgiu o fomento da Castrolanda, nós viemos imediatamente para cá. Senti que a assistência técnica abraçou a causa do mesmo jeito que eu fiz”, lembra.
“Recebi todo o suporte com a operacionalização de fertilizantes e sementes. Também recebi a visita do agrônomo contratado da Castrolanda que irá nos acompanhar daqui. Ele acompanhou o plantio e já fez recomendações de regulagem e germinação de plantas”, complementa.
Incentivo para outros produtores
O potencial das terras do Tocantins para produzir foi o que mais encantou o produtor. Esse é o principal incentivo que ele deixa para os demais produtores que também desejam expandir para o Tocantins, mas que ainda esperam pelo mesmo impulso que Igor precisava no começo.
“É preciso ter garra porque é uma região que vale a pena e tem uma oportunidade imensa. Se fizer tudo certo, terá um potencial absurdo. Quem vier precisará ter garra e resiliência para o caso de errar, tentar novamente. Será um excelente negócio e a nossa cultura vai fazer diferença aqui”, finalizou.
Por Ascom Castrolanda e Portal Minuto Rural.