Nesta segunda-feira, 6, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou o vazamento de 23 mil litros de ácido sulfúrico no Rio Tocantins, em decorrência do desabamento de parte ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), ocorrido no dia 22 de dezembro. Colapso da estrutura deixou 17 mortos, três ainda encontram-se desaparecidos. Uma pessoa sobreviveu.
Em resposta ao Jornal Opção Tocantins, o Ibama informou que, após notificar o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) para apresentar um Plano de Atendimento à Emergência visando a atuação e resposta aos veículos submersos, o órgão tomou ciência do possível vazamento da carga de ácido sulfúrico transportada por um caminhão da empresa Pira-Química. A confirmação veio por meio do Comando do Incidente (Marinha do Brasil) e da equipe de mergulho contratada pela Pira-Química, que verificou a situação no dia 1º de janeiro.
Segundo o Ibama, na ocasião, foi levantada a hipótese de que o tanque poderia ter implodido durante a queda. Em um novo mergulho, realizado no último dia 3, foi confirmada a presença de duas fissuras no tanque. O Instituto solicitou à Pira-Química a divulgação das imagens à imprensa, o que foi autorizado pela empresa. Além disso, o Ibama requisitou um relatório oficial contendo as informações detalhadas, com previsão de recebimento até o dia 9 de janeiro.
O Ibama está atuando em conjunto com a Marinha do Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) e as empresas transportadoras e de resposta à emergência nos trabalhos de retirada dos produtos perigosos que caíram no rio.
A empresa Videira, responsável por outro caminhão envolvido no acidente, relatou que o veículo transportava 40 mil litros de ácido sulfúrico. Segundo informações do Comando da Marinha, após análise visual, o tanque desse caminhão aparenta estar intacto. O Ibama solicitou que a empresa realize o monitoramento do tanque e apresente uma análise de riscos para a retirada do veículo.
As análises da qualidade da água estão sendo conduzidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) do Maranhão, em parceria com a ANA. Até o momento, os parâmetros avaliados estão dentro da normalidade para água doce. Desde o desabamento da ponte, não foram registrados episódios de mortandade de animais aquáticos. O principal risco do ácido sulfúrico em contato com a água é a reação exotérmica (aumento de temperatura), mas, devido à alta vazão do Rio Tocantins, provavelmente houve uma rápida diluição do produto químico.
A empresa Suminoto, responsável pelo caminhão que transportava defensivos agrícolas, contratou uma empresa especializada para a retirada das bombonas que estão submersas. A previsão é que nesta segunda-feira, 6, seja realizado um mergulho de reconhecimento do local.
“É importante esclarecer que a prioridade do Comando do Incidente foi a busca pelas vítimas. Os trabalhos de retirada das cargas, assim como a realização de mergulhos por profissionais contratados pelas empresas para avaliar as cargas dos caminhões submersos, só foram iniciados após a devida autorização do comando”, acrescentou o Ibama.
Equipes do Ibama de ambos os estados e da Emergência Ambiental do Instituto estão trabalhando desde o primeiro dia do acidente, auxiliando os governos locais e a população. Os profissionais do Instituto continuarão no local para acompanhar as ações de resposta ao acidente, atuando em conjunto com o Comando da Marinha do Brasil, as empresas transportadoras de produtos perigosos envolvidas e a comunidade. Por fim, o Ibama manifestou solidariedade às famílias das vítimas e a todos os envolvidos.
Por Elâine Jardim/Jornal Opção Tocantins.