Nesta quarta-feira, se comemora o Dia Internacional da Agricultura. A data faz parte da programação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), em Baku, no Azerbaijão.
O evento abordou a importância do cooperativismo no setor. De acordo com o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, o cooperativismo desempenha um papel de desenvolvimento social e econômico especialmente importante no Brasil.
“Nossas cooperativas representam mais de um milhão de produtores rurais e eles fazem parte do nosso cotidiano porque de tudo o que a gente come no dia a dia em nossas refeições, metade vem de cooperativas, desde o cafezinho, do leite, passando pelo arroz, feijão pela carne, então as cooperativas têm esse papel muito importante para o desenvolvimento do país”.
As cooperativas atuam diretamente no campo e facilitam a comunicação com o produtor rural, o que permite um relacionamento mais próximo com o campo, levando discussões sobre sustentabilidade a quem planta e colhe.
A gerente de ESG (Environmetal, Social e Governance) da Cooperativa Cooxupé, Natália Fernandes Carr fala, por exemplo, do projeto Gerações, que tem o foco de ir além da lavoura. Assim, o corpo técnico da cooperativa se dirige à propriedade rural e busca encontrar pontos de melhoria, traçando um plano de ação com 118 requisitos para que o produtor evolua indíces de cultivo e gestão sustentáveis.
Número de cooperativas no mundo
Dados da OCB mostram que ao redor do mundo existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, o que corresponde a 12% da humanidade.
No Brasil, existem mais de 4.500 cooperativas, sendo que entre as agrícolas, 71,2% são voltadas à agricultura familiar.
“Uma vez que qualifico o meu agricultor a fazer um plantio com uma planta de cobertura, a fazer uma integração lavoura-pecuária-floresta, a adotar um plantio a partir de um diagnóstico por imagens de Vant [veículo aéreo não tripulado], usando um algoritmo que vai fazer um controle de fluxo de enxurrada, que vai maximizar as linhas de plantio e reduzir o consumo de combustíveis fósseis, tudo isso gera uma economia para o agricultor, para o bolso. No entanto, acima de tudo, gera uma economia para o meio ambiente”, destaca o presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, Matheus Kfouri Marinho.
O painel ministrado na COP 29 sobre o tema mostrou que o cooperativismo vai muito além do lucro, servindo como ferramenta de desenvolvimento social das comunidades.
“Na Cooxupe, temos o núcleo de educação ambiental, em que a gente apoia a comunidade para que eles possam entender como cuidar do meio ambiente. É um local onde a gente pode também ensinar ações, modos de realmente reduzir o impacto negativo das mudanças climáticas. Também é onde a gente produz as nossas mudas de espécies nativas. Fazemos o fornecimento gratuito para os nossos cooperados para que eles possam continuar preservando a área deles […]”, diz a gerente de ESG da cooperativa.
Por Canal Rural.