Por Victor Faverin – Canal Rural
Os preços da soja despencaram em janeiro no Brasil e na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) durante o mês de janeiro.
Apesar dos problemas pontuais no Brasil, o ingresso de uma safra cheia da América do Sul no mercado e as incertezas em torno da demanda pesaram sobre as cotações.
Variação de preços da saca em janeiro
- Passo Fundo (RS): baixou de R$ 137 para R$ 120
- Cascavel (PR): caiu de R$ 131 para R$ 109
- Rondonópolis (MT): recuou de R$ 140 para R$ 118
- Porto de Paranaguá: foi de R$ 140 para R$ 118
Comercialização sem ritmo
Em decorrência da queda, a comercialização perdeu ritmo, com os produtores priorizando a colheita.
Os prêmios cederam, devido ao cenário fundamental. A iminência da entrada de uma grande safra e a demanda enfraquecida por parte da China, diante do feriado do Ano Lunar se aproximando naquele país, pesaram.
Soja em Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em março, os mais negociados, tiveram desvalorização de 5,8%, encerrando o mês a US$ 12,22 por bushel.
Apesar de alguns repiques técnicos, o cenário fundamental predominou e pressionou as cotações futuras.
A colheita avança em ritmo adiantado no Brasil e a soja do maior produtor mundial aumenta a disponibilidade e pressiona as cotações.
Apesar dos problemas com a falta de chuvas em Mato Grosso, o Brasil deverá colher, ao menos, 150 milhões de toneladas, conforme estimativa de Safras & Mercado.
Soma-se à essa safra brasileira, uma produção cheia na Argentina. Depois de perder mais da metade da safra no ano passado, os produtores argentinos deverão colher 52,5 milhões de toneladas, conforme dados divulgados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
Na comparação com a campanha anterior, seriam em torno de 30 milhões de toneladas a mais no mercado. Paraguai e Uruguai também deverão ter boas safras.
Câmbio
Em relação ao câmbio, janeiro foi de recuperação, com a moeda americana subindo 1,73%, a R$ 4,9358. O primeiro mês do ano marcou uma maior aversão ao risco no financeiro, propiciando essa valorização.
Ainda assim, a moeda se manteve abaixo de R$ 5,00, pouco contribuindo para a movimentação do mercado doméstico.