Por Maria Emília Zampieri — Vinhedo (SP)
Queijos derivados de leite de búfala vêm conquistando espaço entre os consumidores que procuram laticínios com mais digestibilidade. E a Globo Rural explica aqui o porquê desses produtos serem mais “agradáveis” ao sistema digestivo.
A diferença entre o leite de búfala e o leite de vaca, no que diz respeito à digestão, está na proteína A2A2, encontrada no leite de búfala. Ela oferece uma digestibilidade maior do que a proteína A1, presente no leite de vaca.
“A beta-caseína A2, presente no leite de búfala, não desencadeia reações inflamatórias no organismo, nem provocam eventual má digestão ou fermentação”, explica a nutricionista Daniela Cierro, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição.
Vale lembrar, entretanto, que estar livre de proteína A1 não significa que que o leite é livre de lactose. “Aqueles que forem alérgicos à lactose só podem tomar leite que tenham essa indicação no rótulo, independente de qual animal for proveniente. São características que devem ser levadas em conta separadamente”, explica a nutricionista.
A intolerância à lactose é incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados. “Ela acontece quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, a enzima digestiva chamada lactase, que quebra e decompõe a lactose, o açúcar do leite. Os sintomas variam de acordo com a quantidade de leite e derivados ingeridos.”
Já a alergia às proteínas do leite (APLV) é um tipo de alergia no qual o sistema imunológico do indivíduo responde de maneira inadequada às proteínas encontradas no leite, como a beta-caseína A1, por exemplo.
“Outra característica específica é que o leite de búfala possui uma maior relação gordura/proteína (quando comparado ao leiTe de vaca), que o torna mais agradável, pois o maior teor de gordura neutraliza o amargor das proteínas”, comenta a nutricionista Natália Souza. Em energia, o leite de búfala vale de 40% a 60% a mais que o de bovino e em proteína de 36% a 40% a mais.