O agronegócio, ou simplesmente “agro”, não pode ser definido apenas como um setor produtivo. Assim como os produtores rurais, empresários agroindustriais e profissionais do setor, não exercem apenas uma atividade produtiva. O “agro” é uma vocação, uma missão de enfrentar todas as adversidades, inclusive climáticas, para compor a força que impulsiona a economia, gera empregos e garante a segurança alimentar no Brasil e no mundo.
Nos últimos anos as mudanças climáticas e o processo de descarbonização da economia vêm ocupando as manchetes e mostrando ao mundo que é preciso evoluir, diminuir nossa pegada ecológica. Em outras palavras, é preciso produzir cada vez mais de forma sustentável.
Para o “agro”, evoluir não é novidade. Nas últimas décadas, os produtores vêm atualizando suas técnicas de produção com o apoio de instituições de ensino e pesquisa. Ano após ano, os avanços tecnológicos vem proporcionando safras recordes, diminuindo consistentemente o consumo de recursos naturais e aumentando a importância do Brasil no cenário mundial.
Esse crescimento do Brasil não passa despercebido pelo mundo. E o mundo reage, nem sempre de forma justa e honesta. É muito claro os movimentos conservacionistas que buscam interferir nas atividades do agronegócio. Ainda que o Brasil tenha estratégias de conservação extremamente eficazes, como os institutos da Área de Reserva Legal (ARL) e Área de Preservação Permanente (APP), que não existe em outro país do mundo, as narrativas distorcidas da realidade têm ganhado espaço nos bastidores, influenciando formadores de opinião, legisladores e o poder executivo.
Não há registro na história de um setor produtivo tão importante sob um ataque constante e contínuo na mídia, o que tornou obrigatório que o “agro” reaja, que venha contar o seu lado da história, antes que as ações concretas tomadas a partir das narrativas equivocadas contra o campo se tornem irreversíveis.
Não é mais aceitável que os produtores assistam inertes a imposição de barreiras cada vez mais altas, cada vez mais difíceis de transpor, para simplesmente continuar produzindo a comida que alimenta este imenso País e grande parte do mundo. É preciso agir, de forma ordeira, organizada e unida. É preciso agir para mostrar que o setor precisa de atenção dos poderes constituídos, de seus representantes.
No princípio, as entidades representativas buscaram mostrar que o setor está sendo desconstruído aos poucos, por programas e legislações equivocadas, que prejudicarão, no final, os cidadãos de todo o Brasil. Porém, os avanços individuais não eram significativos. Dessa necessidade de ser ouvido, o agro teve que se unir, trazendo entidades representativas do agronegócio tocantinense para caminhar juntas, em uma única direção. Com essa missão surgiu a FEATO – Frente das Entidades do Agronegócio Tocantinense, e a proposta de realização de um evento para reunir os produtores e os setores que atendem o agro, tanto públicos quanto privados.
O evento “Grito do Agro” tem o objetivo de mostrar a todos que o setor está unido, e que seus representantes estão atuando para resolver os gargalos que dificultam a atividade, além de entraves que ameaçam paralisar uma parte significativa da atividade em algumas regiões do Tocantins.
Não é um movimento de confronto, mas sim de celebração de união de forças. É preciso mostrar a força de um setor que trabalha de sol a sol, enfrentando desafios diários, climáticos, logísticos e regulatórios. Mas acima de tudo, mostrar que temos capacidade de colaborar.
Queremos, acima de tudo, colaborar com a gestão pública, apresentando propostas concretas para que, baseado na experiência do produtor e seu corpo técnico, o executivo e legislativo possam aprimorar a legislação e os programas voltados para o setor rural. O resultado que desejamos intensamente é desenvolver, em parceria com nossos representantes no legislativo e no executivo, soluções que beneficiem toda a cadeia produtiva, e consequentemente toda a população tocantinense.
Que fique claro: nosso objetivo é promover um diálogo construtivo para permitir que o setor do agronegócio tenha um ambiente favorável, com segurança jurídica para continuar investindo e produzindo, com infraestrutura adequada para escoar nossas safras, de políticas ambientais equilibradas que garantam a sustentabilidade sem travar o desenvolvimento.
Queremos ser reconhecidos pelo nosso compromisso com o meio ambiente, pela tecnologia que aplicamos no campo e pela responsabilidade social que temos com nossas comunidades. Mas acima de tudo, queremos que o Tocantins se desenvolva e que nossa população prospere, dignamente.
Nas últimas semanas recebemos diversos sinais de que algumas pautas da FEATO começam a ser atendidas. Entendemos que são os primeiros frutos da nossa união, através da FEATO.
Para continuarmos nessa direção, nossa união é fundamental! O agro só avança quando caminhamos juntos, com diálogo, respeito e determinação.
Hoje, levantamos nossa voz, não para dividir, mas para fortalecer nossa posição, com respeito à ordem e aos poderes constituídos, porém reafirmando o nosso papel no crescimento do Tocantins e do Brasil.
Que este encontro GRITO DO AGRO no dia 20 de fevereiro de 2025, seja o marco de um novo tempo para o agronegócio tocantinense. Um tempo de respeito, de oportunidades e de reconhecimento ao nosso setor, que tanto contribui para o progresso do nosso estado.
Por Wagno Milhomem.