O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso na manhã desta sexta-feira (27) durante uma nova etapa da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação apura o vazamento de informações confidenciais de inquéritos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de suspeitas de venda de decisões judiciais.
Além do prefeito, também foram detidos um advogado e um policial. No total, a PF cumpriu três mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão, todos na capital tocantinense. As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o inquérito por envolver autoridades com foro privilegiado.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que servidores públicos, advogados e operadores externos teriam acessado e compartilhado informações sigilosas com o objetivo de beneficiar investigados, proteger aliados e dificultar o avanço de investigações. Interceptações apontam para um esquema de antecipação de operações e articulações visando influência dentro do Judiciário.
Um dos principais elementos que embasam as apurações é um diálogo interceptado entre Eduardo Siqueira Campos e o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Na conversa, o prefeito menciona que teria sido alertado, no passado, pelo ministro do STJ João Otávio de Noronha, sobre uma operação da PF.
“Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’”, afirma Eduardo em mensagem registrada pela PF. Tanto ele quanto Thiago negam qualquer envolvimento em práticas ilegais.
Sobre a Operação
A Operação Sisamnes foi iniciada em 2024 e tem atuação nos estados do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Com base em novas evidências encaminhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Zanin determinou a prorrogação do inquérito por mais 60 dias. Além disso, unificou as investigações com a Operação Máximus, que estava sob relatoria do ministro Noronha no STJ.
Por Metrópoles.