A colheita da safra de soja 2024/25 já começou no Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 0,2% da área cultivada em Mato Grosso, estimada em 12,7 milhões de hectares, já foi colhida até o início desta semana. O ritmo é semelhante ao da mesma época de 2023.
Segundo a estatal, o elevado volume de chuvas no Estado ainda limita um maior avanço da colheita, mas favorece o desenvolvimento da cultura, apesar do aumento da pressão de doenças, diz boletim divulgado ontem (30/12).
A maior parte das áreas cultivadas com soja no país (40,2%), no entanto, estão em fase de enchimento de grãos. Outros 34,4% estão em desenvolvimento vegetativo e 24% em floração, de acordo com a Conab.
A pesquisa é realizada em média nacional ponderada pela área total semeada em Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Juntos esses Estados plantam 96% da área cultivada com a oleaginosa no país. A estimativa da Conab serão plantados 47,3 milhões de hectares em todo o Brasil, com produção potencial de 166,2 milhões de toneladas do grão.
O governo de Mato Grosso, principal produtor brasileiro, alertou nesta semana para o encerramento do prazo de plantio da oleaginosa no Estado. A data final da janela, que teve 123 dias neste ciclo, é 7 de janeiro. Segundo a Conab, porém, 100% da área já foi semeada.
Em Goiás, quarto maior produtor de soja do país, o plantio deve ser encerrado no dia 2 de janeiro. De acordo com o boletim semanal divulgado Conab, até o dia 29 de dezembro deste ano, o Estado já havia semeado 99,9% da área estimada para cultivo da oleaginosa na safra 2024/2025.
“Muitas áreas estão em enchimento de grãos e as chuvas favorecem o desenvolvimento da cultura”, segundo a Conab.
A previsão é de produção de mais de 18,8 milhões de toneladas do grão em Goiás, crescimento de 11,8% em relação à safra 2023/2024. Já a área destinada à cultura deverá ser de 4,95 milhões de hectares (aumento de 2,5% em relação ao ciclo anterior) e a produtividade média de 3.797 quilos por hectare (9,1% maior que o período 2023/2024).
Em todo o país, cerca de 98,2% da área de soja já foi plantada, ritmo pouco acima do registrado na mesma época no ano passado, quando estava em 97,2%. A semeadura ainda não terminou em Santa Catarina (95%), Rio Grande do Sul (96%), Goiás (99,9%), Piauí (98%) e Maranhão (67%).
Condições das lavouras
No Rio Grande do Sul, o baixo volume de chuvas, em algumas regiões, compromete o desenvolvimento das lavouras de soja, disse a Conab. Em algumas áreas semeadas em dezembro, haverá replantio.
No Paraná, segundo maior produtor da oleaginosa do páis, as chuvas ajudaram a recompor a umidade no solo e favoreceram o desenvolvimento da cultura.
Em Mato Grosso do Sul, os produtores intensificaram a aplicação de fungicidas devido às condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças, segundo a Conab. Em Minas Gerais, algumas regiões registram atraso na aplicação de defensivos devido ao excesso de chuvas.
Na Bahia, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e sem relatos de doenças ou pragas. Em São Paulo, as lavouras estão nos estádios reprodutivos e apresentam boas condições, disse a estatal. No Tocantins, a maioria das áreas entraram nos estádios reprodutivos nesta semana.
No Maranhão, o plantio no Oeste e Centro acompanha a ocorrência das chuvas, que continua irregular. No Piauí, devido à irregularidade das chuvas, as lavouras se encontram em diversos estádios fenológicos, apresentando-se em boas condições.
Em Santa Catarina, o plantio da primeira safra aproxima-se do final e o da safrinha deverá ocorrer até o fim de janeiro. No Pará, o plantio continua lento nos polos de Santarém e Paragominas, com registro de alguns replantios devido à irregularidade das precipitações, completou a Conab.
Por Globo Rural.